Segundo denúncias recolhidas pela TORRE.News, passageiros são informados no check-in de que suas bagagens não poderão seguir no mesmo voo devido à “lotação”. No entanto, testemunhas observam, na pista, o embarque de mercadorias sem restrições, levantando suspeitas de que a companhia esteja priorizando cargas pagas em detrimento das malas dos clientes.
No voo TM 156, de Maputo para Nampula no dia 2 de março, passageiros que chegaram cedo ao Aeroporto de Mavalane foram informados de que suas malas só chegariam ao destino no dia seguinte. No entanto, aqueles que aceitaram pagar valores adicionais conseguiram garantir que suas bagagens fossem incluídas no porão da aeronave.
Situação semelhante ocorreu no voo TM 131, de Tete para Maputo, onde passageiros precisaram pressionar funcionários da companhia para evitar que suas malas ficassem retidas.
A LAM enfrenta dificuldades financeiras há anos. Em 2022, a empresa registrou um saldo operacional negativo de 4,6 bilhões de meticais e um capital próprio negativo de 17,1 bilhões. Para compensar essas perdas, a companhia tem buscado novas fontes de receita, incluindo a cobrança abusiva pelo transporte de bagagens – penalizando os passageiros que já lidam com tarifas elevadas e atrasos frequentes.
Enquanto a companhia enfrenta dificuldades financeiras e operacionais, os clientes sofrem as consequências. A incerteza sobre a chegada das bagagens se soma aos problemas já existentes, como os altos preços das passagens e a irregularidade dos voos. Muitos viajantes agora se veem obrigados a pagar para garantir um serviço que deveria estar incluído no bilhete.
A falta de transparência e os abusos na gestão das bagagens reforçam a necessidade de intervenção das autoridades para garantir os direitos dos passageiros e evitar que a crise da LAM penalize ainda mais os consumidores moçambicanos.