LAM

Crise sem precedentes na aviação moçambicana

Moçambique enfrenta uma grave crise no setor da aviação civil, refletida na escassez de aeronaves operacionais de grande porte. Um país com mais de 32 milhões de habitantes conta atualmente com apenas duas aeronaves de grande capacidade, que operam tanto rotas domésticas quanto internacionais, incluindo voos para a África do Sul – um dos principais destinos regionais.

A situação tem provocado frustração generalizada entre os passageiros, comprometendo a mobilidade nacional e manchando a credibilidade do país a nível internacional.

LAM: O único gigante, em ruínas

A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique é atualmente a única companhia com aeronaves de grande porte, como os Boings, indispensáveis para voos de média e longa distância. No entanto, enfrenta uma crise operacional e financeira profunda, marcada por:

  • Atrasos constantes

  • Cancelamentos sem aviso prévio

  • Problemas técnicos recorrentes

  • Aviões mal conservados

Há inclusive relatos alarmantes de faíscas em pleno voo e falhas mecânicas graves, colocando em risco a segurança dos passageiros.

Falta de concorrência: o monopólio protegido

Apesar da presença de pequenas companhias privadas com aviões de menor porte, não há alternativas viáveis à LAM para rotas principais. E o problema é agravado por uma política governamental que dificulta ativamente a entrada de novas operadoras no mercado.

Casos como o da extinta Air Corridor, que oferecia preços competitivos, revelam um cenário de suposta sabotagem empresarial, incluindo denúncias de lançamento de aves em pistas de aterragem para forçar interrupções nas operações.

Recuo forçado: Devolução de aeronaves alugadas

Recentemente, o país foi forçado a devolver aeronaves alugadas, por incapacidade de cumprir obrigações contratuais com fornecedores internacionais. Este episódio expôs a fragilidade estrutural da aviação nacional, que sofre com:

  • Falta de visão estratégica

  • Ausência de manutenção

  • Investimentos inconsistentes

    Num território extenso como Moçambique, o transporte aéreo é vital para:

    • A coesão territorial

    • A promoção do turismo interno e internacional

    • A atração de investimentos

    Sem uma rede aérea funcional e segura, falar de integração regional e desenvolvimento sustentável torna-se praticamente inviável.

    O impacto nacional: Um país desconectado e De símbolo de soberania a sinal de decadência

     

    Num território extenso como Moçambique, o transporte aéreo é vital para:

    • A coesão territorial

    • A promoção do turismo interno e internacional

    • A atração de investimentos

    Sem uma rede aérea funcional e segura, falar de integração regional e desenvolvimento sustentável torna-se praticamente inviável.

    Após a independência, Moçambique herdou uma frota relativamente robusta. Contudo, décadas de:

    • Má gestão

    • Corrupção

    • Negligência

    • Ausência de reformas

     

    resultaram numa frota mínima, composta hoje por apenas duas aeronaves em funcionamento parcial – reflexo do declínio acumulado.

    A solução: Abertura, investimento e fiscalização

    É urgente que o Estado:

    • Rompa com o protecionismo de monopólios ineficazes

    • Permita a entrada de novas companhias

    • Estabeleça um mercado aéreo aberto e competitivo

    • Implemente uma fiscalização rigorosa

    • Promova parcerias com o setor privado

    A aviação não pode continuar refém de interesses políticos, nem funcionar como meio de sustento para elites.

    Conclusão: Moçambique precisa de asas

    Sem uma mudança radical, Moçambique permanecerá isolado e desconectado, com todo o potencial para crescer, mas sem asas para voar.

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